Poemas HQ
RESENHA LITERÁRIA

É o nome do livro de estréia de Alemberg Quindins na literatura, espero que ele traga a chave para abrir a porta para muitos outros. Pois apesar da estréia Quindins tem toda uma vida dedicada à cultura e como as artes conversam certamente há muitos anos, elas vem dialogando nos seu fazer cotidiano.
O livro é bonito, formato de bolso, excelente diagramação e belíssimas fotos ilustrativas, numa visão clara de mercado: a embalagem atrai para a descoberta do conteúdo. Lá dentro ele se põe transparente e com sua marca de fazer coisas sérias brincando. Brinca com as palavras e com os sentimentos, parece leve, mas sabemos o peso de cada uma delas.
Boa parte dos poemas são dedicadas a sua eterna companheira e à sua infância, aliás, Quindins se fez grande e raro, permitindo que sua infância aflorasse nas suas ações, seu maior projeto é voltado para as crianças. Ali, ele conquistou a admiração de todos que o conhecem, seu trabalho atravessou fronteiras sendo reconhecido em vários países, até mesmo a pequena Nova Olinda, cidade do Ceará, no Vale do Cariri, de onde seu projeto ganhou mundo, rompendo com esse ditado que santo de casa não faz milagre.
Sua poesia cresce quando chega em A Ceramista: "a ponta do espinho risca o barro, detalhando a figura que surge das mãos poéticas, postas em uma cerâmica, por entre as pernas da ceramista". Que bela imagem poética, parece nos colocar subindo a ladeira do horto ou em qualquer outro lugar onde mãos artesãs transformam objetos em arte. Asa Pálida é outro poema que não nos deixa dúvida que estamos diante de um grande poeta: "ontem a noite eu te matei afogada com a minha última lágrima".
Cresce em Poemas são Facas, cresce em O Último Trem para Tânger, em Senhora, cresce... elevando nossa fé no bem que a poesia faz na alma e na vida de todos nós.
Resenha literária de Zeca Tocantins.